Começa nesta sexta-feira, dia 1º de abril, na Província do Rio de Janeiro, o Encontro das Irmãs Jovens, aquelas com até 10 anos de vocação. Para celebrar a data, conversamos com a Irmã Maria Rita, que foi enviada no início de março em sua primeira missão, em Mato Grosso do Sul.
Irmã Maria Rita realizou a etapa do Seminário na Província de Curitiba e retornou à Província do Rio de Janeiro em 26 de fevereiro de 2022. Dia 07 de março, ela chegou à missão na companhia de sua nova Comunidade, Nossa Senhora das Graças, recentemente constituída em Chapadão do Sul (MS).
Três Irmãs compõem esta Comunidade Inserida nos Meios Populares: junto com Maria Rita estão Irmã Lourdes e Irmã Marlene. Além do trabalho apostólico, elas dedicam-se, durante o dia, ao atendimento de cerca de 200 crianças e jovens, de 5 a 10 anos de idade, em risco e vulnerabilidade social, no Centro Socioeducativo Nossa Senhora das Graças, dirigido pelas Filhas da Caridade. À noite, participam das atividades da paróquia: Círculo Bíblico, orações comunitárias, Pastorais e Movimentos. Uma sexta-feira a cada mês as Irmãs visitam o assentamento local, e participam da celebração eucarística em uma clínica de recuperação localizada na Zona Rural.
O desejo de servir aos pobres começou cedo: Maria Rita cresceu no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde estão localizados o Santuário de Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa e a Casa Provincial das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Sua mãe é devota de Nossa Senhora, e o seu nome é uma homenagem a Maria, Mãe de Deus.
Foi por influência materna que Ir. Maria Rita começou a participar da comunidade do Santuário da Medalha Milagrosa: enquanto a mãe participava da Associação da Medalha Milagrosa (AMM), ela passou a integrar a Juventude Mariana Vicentina (JMV). Ali pôde, finalmente, integrar no Carisma Vicentino seu desejo de servir aos mais pobres, para o qual desde cedo despertara. Na infância, estudou em uma tradicional escola de profissão luterana, no Centro do Rio de Janeiro, onde foi provocada a desenvolver um senso crítico e uma atitude proativa diante das temáticas sociais trabalhadas pela Ação Social do Colégio.
Assim, a jovem passou a compreender a cidadania como um desdobramento da pertença à comunidade, o que ampliou seus horizontes e fez com que desenvolvesse um sentido de Justiça mais aguçado. Já sensível às causas sociais, Maria Rita decidiu prestar vestibular para o curso de Direito, e formou-se pela UERJ em 2012. As experiências no tempo de Universidade levaram a jovem a se dedicar mais intensamente ao serviço dos mais necessitados, buscando assegurar a todos a dignidade inerente à sua condição de pessoa humana, filhos amados de Deus.
Vocação: Tão logo se formou, Maria Rita passou a trabalhar em organizações da sociedade civil na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em instituições de acolhimento a crianças e jovens com deficiência, público que sempre fez seus olhos brilharem de maneira especial. Paralelamente, ela começou a frequentar a Casa dos Pobres São Vicente de Paulo, na região serrana de Nova Friburgo, e dirigida pelas Filhas da Caridade. Foi ali que descobriu e discerniu sua verdadeira vocação.
Se de início a jovem passava um fim de semana na companhia de outros membros da JMV, desenvolvendo ações pontuais na Casa, pouco tempo depois intensificou sua participação nas atividades, passando mais tempo com as Irmãs e os acolhidos. Ali pôde experimentar de fato o Carisma de São Vicente de Paulo e de Santa Luísa de Marillac, e decidir-se por se tornar Filha da Caridade. Para tanto, buscou a Ir. Maria Cristina, então Visitadora, que a acolheu para as etapas iniciais na Companhia.
O pré-postulado aconteceu de março a maio de 2019, no Educandário São Vicente de Paulo, sob supervisão da Ir. Penha. Entre junho de 2019 e agosto de 2020 fez o postulado na Casa da Criança, em São João de Meriti. Em 2020 foi admitida na Companhia para a etapa do Seminário, realizado em Curitiba. De outubro a dezembro de 2021, estagiou na comunidade de Novo Horizonte, em Mato Grosso do Sul, “o primeiro município originário de um assentamento”, destaca Maria Rita.
Retornou para a Província do Rio de Janeiro e, em março de 2022 foi enviada para a sua primeira missão, em Chapadão do Sul. Está muito feliz com o trabalho missionário. “O chamado é no dia a dia, não em um único momento. É no dia a dia que a gente vai discernindo a nossa vocação”, diz a Irmã.