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O Papa Francisco, que vem de uma família de emigrantes italianos radicados na Argentina, fez do acolhimento aos migrantes um dos principais temas de seu pontificado, iniciado em 2013. Em setembro de 2021, na ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, ele disse, em um discurso na Praça São Pedro:  “É necessário caminhar juntos, sem preconceitos e sem medo, ao lado daqueles que são mais vulneráveis: migrantes, refugiados, deslocados, vítimas do tráfico e abandonados”.

Desde 2019, a Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo – Província do Rio de Janeiro, mantém um Centro de Atendimento aos Refugiados no bairro de Botafogo. Criado para garantir os direitos da população em situação de refúgio, o Centro realizou em 2021 mais de 3.200 atendimentos sociais e distribuiu mais de 1800 cestas básicas, impactando mais de 6 mil pessoas e transformando vidas.  

Como a da angolana Maura Muandumba, de 24 anos de idade. Maura e outras nove mulheres assistidas pelo Centro acabam de ser inseridas no mercado formal de trabalho, após participarem do projeto Tecendo Sonhos.

O projeto, financiado pela Cidade Maravilhosa e com parceria técnica do Instituto Aliança, teve início em julho e promoveu durante seis meses cursos de corte e costura e aulas de REPVIDA (Resiliência emocional e projetos de vida) para um total de 35 mulheres em situação de refúgio.

Do total de participantes, 33 mulheres formaram-se dia 11 de dezembro, e 100% delas foram contratadas no mercado de trabalho formal e já estão trabalhando com carteira assinada e todos os direitos trabalhistas que lhes são garantidos.

Maura Muandumba foi contratada pela Cidade Maravilhosa e está desde então trabalhando para o grupo Soma, o maior grupo de moda do Brasil, que inclui marcas como Farm e Hering. “Eu não tinha noção de costura. Sabia consertar uma roupa ou outra, mas nada muito profissional, como eu aprendi no curso. Foi muito gratificante participar desse projeto. Aprendi muito e conheci outras mulheres que se encontravam em situação parecida com a minha. Trocamos experiências, tanto de vida como profissional”, diz Maura. 

Ela chegou ao Brasil há dois anos e nunca havia trabalhado em emprego formal no seu país de origem.  “Está sendo uma maravilha morar no Brasil. Aqui estou tendo oportunidades que no meu país em momento algum me deram”, afirma. Filha única, Maura veio com a mãe para o Brasil e está em busca de bolsas de estudo para poder dar continuidade à faculdade de Gestão de Recursos Humanos que precisou trancar em Angola.

Que Deus continue abençoando o caminho de Maura e de todas as outras mulheres formadas pelo projeto.

Parabéns a todas e um Feliz 2022!